Tesouro direto: como funciona? Vale a pena investir?
Você começou a investir, mas ainda não entende muito bem como o Tesouro Direto?
Eu também já tive várias dúvidas sobre esse assunto, ele acaba não sendo tão simples quanto investir em um CDB por exemplo, mas é um investimento muito seguro para quem quer investir.
Mas fique tranquilo(a)! Eu vou tentar solucionar todas as suas dúvidas e ainda comentar um pouco sobre o que eu acho desse tipo de investimento, ok?
O que é o tesouro direto?
O Tesouro Direto nasceu em 2002 com o objetivo de democratizar o investimento de pessoas físicas na dívida do país.
Antes só era possível fazer esse tipo de investimento através de fundo de investimentos, mas como é de costume eles acabam cobrando taxas relativamente altas de administração.
Investindo no Tesouro Direto você está emprestando dinheiro para o Brasil arcar com as suas despesas durante o ano.
Quais são os tipos de títulos que eu posso comprar?
Existem algumas possibilidades de investimento hoje que o investidor pode escolher.
Vamos dar uma olhada?
Tesouro Prefixado
Os títulos prefixados são aqueles que possuem uma taxa percentual única como por exemplo um rendimento de 6% ao ano.
Isso significa que você conseguiria prever o quanto teria de dinheiro no vencimento do contrato.
Esses títulos costumam ter vencimentos mais curtos que os pós-fixados, mas ainda sim são bem longos.
Dependendo do momento que você estiver olhando é possível encontrar títulos com mais de 10 anos de prazo de vencimento.
Vale lembrar que em títulos pré-fixados também é possível escolher entre os títulos que pagam juros semestrais e os títulos que pagam juros somente no vencimento.
Tesouro IPCA
Os títulos lastreados ao IPCA são um pouco diferentes dos títulos prefixados, um exemplo seria um título de que rende IPCA + 3%.
Eles são basicamente um título híbrido em que uma parte dos títulos rende exatamente a inflação (mesmo que ela seja muito alta) e uma parte rende uma parcela igual ao título prefixados que será menor para compensar a inflação que você irá ganhar.
Esses títulos costumam ter um prazo extremamente longo, não é muito difícil achar títulos com um prazo de vencimento maior do que daqui a 30 anos.
Além disso, o Tesouro IPCA também tem a opção de juros semestrais ou somente juros no vencimento.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic, diferente do Tesouro IPCA, está atrelado à taxa Selic que é definida pelo Banco Central do Brasil.
Essa taxa costuma ser usada para controlar a inflação do país, apesar de não oscilar exatamente igual à inflação é bem provável que elas tenham oscilações similares.
Por fim, você pode conferir todos esses títulos que estão à venda no site do Tesouro Direto, lá você conseguirá ter uma noção de quanto estão as taxas dos títulos hoje.
Como funciona o imposto do Tesouro Direto?
O Tesouro Direto, assim como a maioria dos investimentos, tem incidência de IOF e imposto de renda (IR).
A tabela do imposto de renda funciona de maneira regressiva.
Assim, caso você segure o título por mais de 2 anos, irá pagar o menor imposto possível.
Tabela de IR regressiva
Prazo de Investimento | Alíquota de IR |
---|---|
Até 180 dias | 22,50% |
181 até 360 dias | 20,00% |
361 até 720 dias | 17,50% |
Acima de 720 dias | 15,00% |
Já o IOF é cobrado somente se você resgatar o título do governo em menos de 30 dias.
Caso ultrapasse 30 dias, você não terá de pagar IOF.
Quais taxas são cobradas no Tesouro Direto?
Existem duas taxas que podem ser cobradas quando você compra um título do Tesouro Direto.
Taxa cobrada pela B3
A taxa de custódia cobrada pela B3 hoje é de 0,25% ao ano.
Elas costumam ser cobradas na liquidação do título ou quando você recebe o juros semestrais.
Para quem tem menos de 10 mil reais investido, a B3 inclusive zerou a taxa de custódia para incentivar o investimento do pequeno investidor.
Taxa cobrada pela instituição financeira
As taxas cobradas pelas instituições financeiras seguem a mesma maneira de cobrança da B3.
Mas as taxas variam de instituição para instituição.
Você pode conferir a taxa que cada instituição cobra clicando aqui.
Qual o risco de investir no Tesouro Direto?
Agora que você já entendeu quais são os tipos de títulos, impostos e taxas do Tesouro Direto talvez você esteja se perguntando qual seria o risco de se investir nele.
Apesar de você estar financiando o governo e isso nem sempre parecer algo muito positivo, o governo tem total controle da circulação de moeda no país.
Isso significa que mesmo não tendo o dinheiro para pagar as dívidas do tesouro, o governo poderia simplesmente “imprimir” mais dinheiro.
Bom, a gente já sabe pela nossa história que isso nem sempre acaba bem, mas a chance de acontecer algum problema com os seus títulos é extremamente baixa.
O que avaliar na hora de comprar Tesouro Direto?
Para avaliar o Tesouro Direto o investidor precisa estar muito atento ao momento.
Como o risco dos títulos não ser pago é quase nulo, o investidor precisa saber se aquela taxa é atrativa ou não.
Isso nem sempre é fácil de verificar, mas se costuma dizer que taxas acima de IPCA + 6% são sempre muito boas.
Mas pode ser que as taxas nunca mais voltem a esse patamar, logo você precisa estar muito atento para saber se vale a pena aceitar um pouco menos de juros.
Qual é a melhor estratégia para investir no Tesouro Direto?
Eu nunca fui muito fã da abordagem “façam o que eu digo” por isso, não vou escrever aqui uma recomendação para você levar para a sua vida inteira.
Afinal, quem sou eu para tomar conta do seu dinheiro…
Mas eu costumo separar o Tesouro Direto em duas grandes estratégias.
A primeira delas é para reservas extremamente curtas em que eu faria aquisição do Tesouro Selic.
E a segunda, eu faria buscando a minha aposentadoria.
Mas nesse caso seria quase que imperativo que o Tesouro IPCA estiver em algo próximo de um IPCA + 6%, caso contrário eu buscaria outras alternativas.
Onde comprar o Tesouro Direto?
Você pode comprar o Tesouro Direto tanto pelo site da sua corretora quanto pelo site do Tesouro Direto.
Geralmente é bem simples usar qualquer uma das plataformas.
Como encontrar outras opções para o Tesouro Direto?
Se você já deu uma olhada nas taxas do Tesouro Direto e não achou elas muito atrativas, existem vários outros tipos de investimento em renda fixa ou em renda variável que você pode fazer.
Eu sempre escrevo algumas dicas aqui no blog e claro, o assunto que eu mais costumo falar são dividendos (não sei se você reparou no nome do blog).
Por isso, vou deixar alguns artigos aqui que eu acho que pode te interessar.
- Como investir em CDB?
- Vale a pena investir ações?
- Como investir em empresas que pagam bons dividendos?
- Como investir em FIIs e ter uma renda passiva?
Qualquer coisa é só voltar para a página inicial do blog.
Até mais!