Quais são os riscos de investir em ações? (Data driven)

Talvez você já tenha lido alguns artigos sobre os riscos de investir em ações, mas ainda não tenha encontrado a resposta que queria.

Não sei se você já viu alguns artigos aqui no blog, mas eu sempre sou muito ligado aos números.

Nunca gostei muito de falar “da boca para fora”, sem contar que o mundo do investimento requer um certo entendimento de números.

Por isso, a ideia aqui deste artigo é justamente trazer alguns números para essa pergunta “Quais são os riscos de investir em ações?”

Muitos amigos(as) já me perguntaram coisas do tipo e eu percebo que as pessoas realmente têm muito medo de investir em ações em um primeiro momento.

Logo, nada mais justo do que realmente dar uma resposta verdadeira para que você realmente entenda em que lugar está pisando (nem todo mundo tem esse interesse).

Vamos lá?

Separando os tipos de risco

Eu separei os principais riscos, que os meus amigos(as) me perguntam e os que eu também morro de medo (sim, eu também tenho medo).

Mas veja bem, o meu blog fala sobre investimento.

Logo, eu não sou contra algo que tem alguma chance de dar errado, eu só quero que você entenda um pouco de tudo isso antes de dar esse passo.

Risco de falência

Esse é o principal risco que vejo quando eu invisto em ações.

Importante lembrar que falência não necessariamente é a empresa falir (isso é um pouco difícil para empresas listadas na Bolsa de Valores).

O simples fato de uma empresa vale 80% menos do que ela valia por pelo menos 1 ano já é suficiente para falar sobre falência.

Um exemplo básico antes de avançarmos mais nesse assunto é a Oi (OIBR4).

Fonte: Tradinng View

Veja bem, não é que a empresa parou totalmente as atividades, mas quem investiu lá no começou perdeu basicamente tudo.

A empresa pode até voltar a performar bem, mas é muito difícil voltar a ser o que era antes.

Mas vamos aos números para entender melhor o tipo de risco que estamos falando.

Números de listagens canceladas na Bolsa de Valores

Eu fui atrás do número de empresas da Bolsa de Valores que tiveram suas listagens canceladas ao longo do tempo.

Veja bem, nem toda empresa é removida porque faliu, existem outros fatores para uma empresa ser cancelada, mas já é algo mais factível para gente poder avaliar.

Fonte: Todos os dados foram retirados do site da B3

O simples fato da Bolsa de Valores ter tido um número alto de cancelamentos em 2017 já me parece mostrar que esses dados têm uma forte relação com as falências.

Mas vamos supor que 30% (talvez um pouco otimista) dos cancelamentos sejam por causa de falência (lembrando aqui que a empresa não precisa necessariamente ter falido, ela só precisa ter perdido um enorme valor).

Nesse caso, a taxa média de falência da Bolsa de Valores seria: 1,51% por ano.

Bem, dependendo do que você fizesse ainda poderia perder 100% do seu dinheiro (o que não é nada divertido), mas se você escolhesse suas ações de forma totalmente aleatória, seria extremamente difícil perder tudo.

Risco de queda do mercado

Outro risco bem comum e que costuma deixar todo mundo estressado é o risco do mercado cair.

Muita gente também costuma recomendar alguns tipos de proteção para a carteira nessas situação.

Mas a maioria dessas recomendações costumam não ser muito eficientes.

Eu cheguei a comentar isso no artigo que eu falo sobre investir em ouro, caso você queira entender um pouco mais.

Agora, vamos para os números do mercado.

Comportamento do mercado ao longo dos anos

Para você entender um pouco melhor o risco do mercado cair em algum momento, eu peguei os dados de um dos índices mais antigos que existem, que é o Dow Jones Industrial Average (DJIA).

Não quis pegar dados dos nosso “famoso índice Bovespa”, porque a inflação no Brasil sempre foi muito alta e o histórico dele é relativamente pequeno.

Logo, poderia passar uma ideia errada do problema.

Fonte: Macro Trends

Deve dar para perceber que existiram muitos anos negativos ao longo da história. Mais precisamente 32% dos anos da história do DJIA foram negativos.

O que parece um risco enorme falando desse jeito, na verdade não é tão grave.

Isso acontece porque mesmo o mercado oscilando tanto, ainda sim, o DJIA teve um retorno fantástico ao longo dos anos.

Fonte: Macro Trends

A ideia é que você entenda que ao longo da sua vida inteira de investidor você vai passar por momentos de crise do mercado e isso é normal.

Como fugir dos riscos de investir em ações?

Apesar de eu ter dado uma ideia relativamente positiva sobre os riscos de investir em ações, eles ainda existem.

Se por acaso você não se preparar para eles pode ser que eu seu resultado fique bem abaixo da média e você não tenha a melhor das aposentadorias.

Por isso, vou deixar algumas questões que eu sempre penso na hora de investir em ações.

Tamanho da empresa

Apesar do conceito “diversifique” seja o mais dissipado no dia a dia, acho que o tamanho da empresa é muito mais relevante.

Primeiro que eu não imagino que alguém investiria em menos de 5 a 10 empresas, acho que todo mundo deve ter uma lista ok de empresas que considera boas.

Mas o tamanho costuma impactar bastante no fato da empresa ter escala e ser extremamente robusta em relação a tudo.

Isso faz com que ela tenha capacidade de lidar com qualquer problema.

Um exemplo básico disso foi a aquisição da XP pelo Itaú.

O Itaú se tornou uma empresa tão grande que é capaz de comprar qualquer empresa que se mostra promissora e que possa ser um possível concorrente no futuro.

Dividendos

Acho que você não deve ter percebido isso nos gráficos que eu postei do DJIA, mas em alguns momentos o mercado chegou a ficar mais de 15 anos estagnado.

Sempre que lembro disso, eu penso que o investidor que investiu em ações que pagam bons dividendos dormiu bem tranquilo durante todos esses anos.

Você não precisa só investir nesse tipo de empresa, mas dependendo do seu receio com o mercado por ajustar o seu portfólio.

Anos de vida

Essa costuma ser uma ótima métrica também para o investidor que quer fugir do risco de uma empresa falir.

Nem sempre as empresas que estão no mercado há anos são tão grandes assim, às vezes o mercado que ela atua pode ser um pouco limitado.

Não vale a pena deixar de investir em uma empresa com mais de 50 anos porque ela não é tão grande.

Evidente que alguns outros pontos também deveriam ser avaliados, mas a resiliência da empresa é bastante válida.

Como começar a investir em ações?

Eu sempre gostei do mundo dos investimentos e minha ideia aqui no blog sempre foi trazer a maior quantidade de conteúdo e visões para que as pessoas possam se preparar para investir.

Não acho que investimento seja algo difícil ou qualquer coisa do tipo, mas acho que investir está muito relacionado com ideias.

Quanto mais você escutar visões diferentes e hipóteses, mais seguro e assertivo você será nos seus investimentos.

Vou deixar aqui embaixo os meus artigos favoritos para você dar uma olhada, espero que possam ajudar.

Até mais!

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