O que é Benchmark? Para serve nos investimentos?
Talvez você já tenha visto esse nome em algum lugar, mas nunca realmente entendeu para que ele serve.
Sem contar que o mundo dos investimentos é cheio de termos que demoram para a gente se acostumar.
Se você já investiu ou procurou saber sobre ações, já deve ter visto algumas siglas como essas: ITUB4, ABEV3 e PETR4 e se assustado na primeira vez que viu (são chamados de tickers).
Mas e benchmark, para que serve? Onde ele é usado?
O que é um benchmark?
Benchmarks são basicamente um padrão comparativo.
Eles são usados em diversos assuntos, mas talvez o de investimento seja um dos mais falados.
Eles são muito úteis para quem não tem muito conhecimento de mercado fazer seus investimentos com mais tranquilidade.
Quando os benchmarks são usados?
Os benchmarks são muito usados por fundos de investimento e ETFs.
Eles servem para auxiliar o investidor sobre qual o indicador que ele está investindo.
Vamos pegar um exemplo de uma ETF muito famosa chamada BOVA11, ok?
Ah caso você não saiba, ETFs são fundos de investimentos que tem o objetivo de replicar um benchmark e são listados na Bolsa de Valores.
O BOVA11 tem como seu objetivo ter o mesmo desempenho que o índice Bovespa (IBOV), que nesse caso, além de ser um índice de mercado, é um benchmark usado por essa ETF.
Se você ver o gráfico abaixo, que foi tirado da própria página do BOVA11, vai ver o quanto essa ETF se assemelha ao seu benchmark.
Assim, o investidor que não possui muito conhecimento vai ter um entendimento muito rápido do desempenho do fundo que está comprando.
Além disso, esse tipo de gráfico costuma vir nas características de qualquer fundo de investimento.
Como os benchmarks são usados?
Existem algumas diferenças que geralmente estão relacionadas ao benchmark.
Isso acontece porque os fundos de investimentos costumam ser diferenciados entre ativos e passivos.
Fundos de investimentos passivos
Os fundos de investimentos passivos (e ETFs) têm o interesse somente de acompanhar o benchmark.
Isso faz com que eles tenham uma taxa de administração baixa e sejam um investimento bem seguro para o investidor.
Falando nisso…
Livro O investidor inteligente
No livro “O investidor inteligente” um dos autores cita que um dos investimentos mais seguros para o investidor que não tem muito tempo para analisar ações.
Ele aconselha o investidor a investir em um fundo de investimento com baixa taxa de administração, que seja passivo e que busque um benchmark famoso de ações (o que no nosso caso poderia ser o IBOV).
O livro é quase uma bíblia para qualquer investidor e apesar de ser um pouco complexo, vale muito a pena ler.
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Voltando ao assunto…
Fundos de investimentos ativos
Esses fundos costumam cobrar uma taxa de administração mais alta (não querendo julgar, mas já julgando, levemente desnecessária) e além disso cobram taxa de performance (o que aqui seria justo).
O que acontece com a taxa de performance é que o fundo ganha uma participação de tudo que sobressair o benchmark (evidente que se ele perder ele não pagará nada, o que torna tudo muito fácil para eles).
Um exemplo simples seria um fundo de investimento que ganha 20% de tudo que sobressair do índice Ibovespa.
Quais são os benchmarks mais usados?
Aqui no Brasil não temos muitas opções de benchmarks, mas vou citar aqui as mais famosas.
CDI
O CDI é muito usado para investimentos de curto prazo.
Como geralmente o risco é pequeno, o investidor acaba escolhendo por ser um benchmark que tem uma grande quantidade de produtos disponíveis.
Principalmente quando usado para CDBs, LCIs e LCAs.
IPCA
O IPCA é um índice feito pelo IBGE e costuma ser muito usado para prazos longos.
Isso inclusive pode ser visto no site do Tesouro Direto, o próprio governo só emite títulos muito longos que são atrelados ao IPCA, para que o investidor não corra risco nenhum.
IBOV e variações
Esse talvez seja o benchmark que mais oscile ao longo dos anos e que pode causar diversos problemas para o investidor que não entende muito bem o seu propósito.
Todos os benchmarks voltados para o desempenho das ações brasileiras ou ações lá de fora, costumam ter um risco muito alto e só é recomendado para quem realmente está buscando um investimento de longo prazo.
As variações de benchmark poderiam ser: IBrX-100, SMLL, MLCX…
E lá fora?
Lá fora os benchmarks costumam seguir os mesmo padrões.
Sendo que os mais comuns são benchmarks para seguir o rendimento do Tesouro do país local, benchmarks para mercado de renda fixa e para a Bolsa de Valores
Nos Estados Unidos os mais famosos de cada tópico são:
- U.S. Treasuries (Tesouro americano)
- Barclays Agg (Rendimento de títulos de renda fixa)
- S&P 500 (500 maiores empresas americanas)
Como escolher um benchmark?
Acho que você já deve ter entendido um pouco sobre benchmarks, mas essa pergunta pode ainda ter ficado na sua cabeça.
Eu juntei aqui alguns pontos que você pode avaliar antes de tomar essa decisão.
Mas antes disso preciso te explicar uma coisa muito importante.
Atenção!
O objetivo do fundo de investimento nem sempre está associado ao seu benchmark.
Por exemplo, você pode ter um fundo que investe em ações, mas que o benchmark dele seja o CDI.
O inverso costuma ser um pouco mais difícil, que seria um fundo que investe em renda fixa colocar como seu benchmark o IBOV.
Bom, os benchmarks acabam sendo importantíssimos para o investidor por dois motivos:
- Os fundos farão estratégias para acompanhar/superar esse benchmark
- O fundos ganharão taxa de performance de acordo com o benchmark escolhido
Por último, para ETFs isso não é um problema, visto que o benchmark vai ser sempre igual ao índice que o fundo quiser acompanhar.
Agora vamos entender como você deve escolhê-los.
Entendendo o seu prazo
A primeira etapa para fazer decidir o benchmark do seu fundo de investimento é saber o prazo que você pretende investir.
Isso acontece porque porque benchmarks como CDI, SELIC e IPCA tendem a oscilar muito pouco, já o IBOV costuma oscilar muito em um período curto.
Logo, se você escolher um fundo que cobra taxa de performance, usa o IBOV como benchmark e pretende investir por pouco tempo é possível ver algumas “bizarrices” no ganho dos gestores do seu fundo.
Por exemplo, em um ano em que o IBOV não valorizar nada (o que é bem comum se tratando de Bolsa de Valores), os gestores do fundo vão embolsar 20% de todo o lucro que render acima de 0%.
Sem contar que é bem possível que os gestores do fundo ganhem mais dinheiro do que você (considerando a taxa de administração e a taxa de performance).
Ah eu fiz até um exemplo básico para você ver.
Exemplo fundo de investimento XPTO
Seguem algumas premissas do exemplo:
- Rendimento final do fundo no ano = 2,00% (já com a taxa de administração inclusa)
- Taxa de administração = 1,50%
Tipos de benchmark | Desempenho benchmark | Ganho sobre o que ultrapassar o benchmark | Ganho do fundo com benchmark | Resultado dos gestores do fundo | Seu resultado |
IBOV | 0% | 20% | 0,40% | 1,90% | 1,60% |
CDI | 3% | 20% | 0,00% | 1,5% | 2,00% |
A gente sabe que no longo prazo o benchmark IBOV costuma ser muito mais positivo que o CDI.
Assim, se você fosse investir no longo prazo, seria melhor escolher um benchmark relacionado a ações, do que a taxas de juros e o inverso caso fosse investir no curto prazo.
Como aprender mais sobre investimentos?
Agora que você já aprendeu bastante sobre benchmarks, que tal aprender um pouco mais sobre outros tipos de investimentos?
Geralmente, benchmarks são usados basicamente para fundos de investimentos e ETFs, mas se você quiser, pode fazer diretamente seus investimentos.
Para fazer isso é só você mesmo escolher suas próprias ações e seus próprios produtos de renda fixa.
Eu vou deixar alguns artigos aqui embaixo que podem te ajudar nessa tarefa.
- Como investir na Bolsa de Valores mesmo sendo iniciante?
- Como investir em FIIs para viver de renda?
- Aprenda tudo sobre renda fixa de uma vez por todas
Até mais!
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PS: Eu não recomendo livros que não tenha lido.